Sabe o que é estar num beco sem saída, úmido, escuro e frio?
Eu sei. E é nesse lugar que eu tô. E eu tenho medo de escuro, rinite e sou claustrofóbica.
Mas tem esse muro, cheio de musgo e mofo. É subir e pular. Do outro lado, tem uma praia. Nem limpa, nem suja, apenas uma praia como outra qualquer. E, pelo jeito, é pra lá que eu vou.
Não existe outra saída quando a vontade procura um botão de "restart". Dar um boot na vida, e recomeçar.
Já fiz isso antes, e com isso passei uma temporada em Angra e outra em Campinas.
O que me impede de fazer isso de novo? É o que o corpo pede e a alma implora. Deixar tudo pra trás, carregar apenas o necessário. Deixar as experiências (boas e más) para trás, junto com promessas não cumpridas e juras de amor não correspondidas. Deixar as amizades - falsas ou não, deixar a família, carregar apenas a criança que colore minha vida.
Tá, eu sei... quem sabe exatamente o que tá acontecendo tenta me convencer a ficar, mesmo com um sorriso seco e o apoio nas decisões. Simplesmente aceitam, meio a contragosto... e foi nessa hora, dentro do carro, em frente ao apartamento do menino mais lindo do mundo e com ele ao meu lado me carinhando que ouvi as palavras que mais me comoveram nessa vida: "Querer que você vá, eu não quero. Vou morrer de saudade. Você é minha irmã, pô!" Pois é... o homem mais importante da minha vida nunca tinha falado nada tão sério comigo.
E é nessa hora que me dá o nó na garganta, os olhos ficam marejados, a alma se sente desamparada.
Mas é preciso. Hora de não ser covarde e dar um pé na bunda do mundo.
Devo ter a resposta hoje. Preciso disso. E aí, sim... beijo, tchau São Paulo. Tendo o sim hoje, mudança na próxima semana. Sem despedidas, sem adeus. Apenas a partida, seca e sem honra, que se transforma em fuga.
Um comentário:
Queria tanto fugir tbm... ir para um lugar novo, com novas pessoas e novas experiências...
Boa sorte... estou torcendo por vc...
bjs
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