quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Post Scriptum

Eu não queria me envolver. Eu não queria me perceber me apaixonando. Eu não queria nenhuma história.

Era pra ser só mais um match monótono nesses aplicativos de relacionamento. E, como sempre, eu nem dei atenção. Da mesma forma que não dei atenção para o que quer que tenhamos conversado nas mensagens do celular e da mesma forma que não notei que havíamos nos adicionados em redes sociais.

E foi uma curtida em um vídeo de alguém tocando baixo que te fez falar comigo depois de meses. Esse alguém tocando era você.

Conversamos muito, por longos períodos e dias a fio. Nos encontramos e temos nos visto com muita frequência desde aquele dia.

Eu não fiquei com mais ninguém desde então - ao contrário, tenho me esquivado de investidas. Me pego pensando em você ao acordar e antes de dormir, vejo diversas coisas que me remetem à você e encontro um milhão de bobeiras que quero compartilhar contigo. Sinto sua falta quando não nos falamos e me pego ansiosa pelo próximo encontro.

Eu não quero rótulos. Não quero títulos. E sabemos que estamos alinhados quanto a isso.

Eu tenho medo. Eu tenho medo de gente, eu tenho medo de me expor. Fico apavorada porque não consigo me expressar como eu gostaria e acabo por ser rude algumas vezes. E você me faz bem, você me faz feliz.

Estou lendo um livro e, numa passagem, a personagem principal é levada para dançar ao som de "Wonderful Tonight"; ela descreve o braço do companheiro em sua cintura, a leve pressão dos corpos e o arrepio que correu pelo corpo dela - pensei em você naquele instante e percebi que estou perdida.

Eu não queria criar expectativas.

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