Ontem comprei um presente pra *ele*. Não que eu vá dar, o que vale é a intenção. É o presente *dele* que estará comigo; sei lá pra quê e sei lá até quando.
É isso que dá se apaixonar por alguém que é igualzinho a mim: sem eira nem beira, que nenhuma coleira consegue segurar.
Quero evitar qualquer momento de sem-gracice quando o diabo da realidade enfiar o tridente na nossa carne, nos deixando ali parados, juntos, com cara de idiotas. Quero ficar aqui neste momento e nunca ir a outros lugares, onde a gente não sabe o que dizer nem o que fazer.
- É que... eu queria que as coisas não fossem assim. Queria que fossem bem diferentes. Antes eu não tivesse entrado na sua vida. Não queria ter que passar por nada disso. - as palavras esguicham da boca dele, feito leite derramado. - E eu queria que você estivesse comigo e não com aquele outro cara. Eu queria que fosse minha pele que estivesse tocando a sua.
Balançamos os pés.
Fico olhando pra eles, e olho pro jeans nas pernas de quem está ao meu lado.
Ficamos lá sentados.
Eu e ele.
E a sem-gracice.
Espremida ali, bem entre nós.
- Pôxa, você é meu melhor amigo.
- Eu sei, Luca.
Essas palavras podem matar um homem.
Não precisa nem de arma.
Nem de balas.
Só das palavras e de uma mulher.
Um comentário:
isso é bem verdade, não conheço arma mais vil....
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