"Uma nova página... foi o que eu pensei quando voltei a sentar e escrever este texto. Era tudo que eu não queria pensar – abrir uma nova página da minha vida. Não esta. Não uma destas onde você anota 'esquecer' ou 'começar do zero'. Daquelas que você pega a página anterior e marca um grande X anulando o que estava marcado na agenda para aquela data. Depois olha a página em branco à sua frente e dá um enorme suspiro, como quem tenta afastar um mau pensamento antes de recomeçar a escrever. Não, eu não queria isso. Preferia não pensar - e como dizia Raul Seixas, 'se eu fosse burro eu não sofria tanto'."
Recebi isso há muito tempo. Tanto tempo que quase parece outra vida.
E mesmo assim, reflete o meu hoje.
Depois de - não apenas uma, como toda semana - várias "noites das garotas" com a minha metade, o meu lado racional, a minha melhor amiga... eis que na última madrugada, de repente, recebi um chacoalhão como nunca.
"Por que, afinal, você faz isso com você? Você nunca mostra pras pessoas o quão cheia de conteúdo você é! Apenas mostra seu lado mais vulgar..."
Querida... não sei. Sei que poucas pessoas conseguem imaginar duas grandíssimas amigas - quando uma delas sou eu - dicutindo Fidel, DNA e metafísica enquanto fumam, bebem leite e comem bolo de chocolate.
Sei que poucas pessoas imaginam quanta coisa acontece na minha vidinha não-internética (se é que imaginam que eu tenha uma vida fora daqui), e muito menos o peso disso.
É, Lelê... cansei. Cansei de não ser eu mesma, sempre ser uma personagem em busca de sabe-lá-o-quê, que não se abre, não se expressa, não demonstra. Só finge.
Eu costumo fingir ser quem eu não sou. Me coloco como uma mulher forte, independente, que sabe de onde vem e pra onde quer ir... que não se abala quando o assunto é sentimento, e que se move por uma força sexual.
Não, eu não sou isso.
Eu não sou esse ser quase desprezível, que não se importa com os outros, que não quer saber de nada e só quer viver a vida no limite. Pelo contrário.
Acho que no fundo sou apenas uma menininha, presa ao passado, que não sabe como seguir em frente. Que sente - e MUITO! - mas não sabe exteriorizar isso. É frágil, e finge ser forte.
Fingir é sempre mais fácil.
Então... chega de fingir. Não me faz nada bem. Principalmente agora, quando tantos planos podem ter que mudar de repente...
A amiga que talvez não fique por perto - quando o plano era conviver diariamente.
O sentimento que não existe mais - e por isso faz a saudade doer mais.
O coração que chama por um nome - e eu tento mostrar que sou bem mais "descolada" do que uma garotinha apaixonada qualquer.
Sim, eu esqueci o Pedro, de São Caetano. Finalmente. E sim. Admito estar apaixonada de novo.
Finalmente.
Um comentário:
Oi querida, vc estava lendo O dia do Curinga, livro q minha esposa tem tb e já leu - diz ela que é muito bom! E estou lendo agora este Zahir do Paulo Coelho (embora todas as críticas e blablablás, ele é péssimo mas é bom). Vim parar aqui pelo blog da Vane (a Kátia Flave).
Beijos e desculpe a intromissão intrometida.
;*
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