"O que você vai fazer no Ano Novo?"
"Não sei. Provavelmente morrer."
Foi assim que começou meu primeiro diálogo hoje. Descemos para fumar e lá se foi quase uma hora podendo, finalmente, conversar abertamente com alguém sobre meus planos. E sem ser julgada. Sem ser taxada ou rotulada. Apenas uma pessoa me ouvindo e discutindo suicídio como se discute o futebol do final de semana.
E foi bom.
Ao longo do dia me esforcei para esconder as marcas que fiz em meu corpo, mas o calor não me permitiu ficar coberta. Duas pessoas viram e me perguntaram o que era aquilo.
"Gatos."
Menti. Menti descaradamente. Na noite de Natal eu estava vendo minha tolerância à dor, se eu seria capaz de fazer uso do método mais tradicional.
Omiti. Omiti para quem me perguntou como eu estou. "Meu time me anima." Resposta vaga e suficiente para quem não tem um real interesse em saber das coisas.
As pessoas gostam de mentiras bonitas.
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