quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Retrospectiva

Sou alguém que não costuma planejar muito. Gosto mais do acaso, embora acredite que o que recebo como acaso, já tenha sido escrito em alguma das muitas agendas passadas que possivelmente rabisquei. De qualquer forma minha meta de vida hoje é ainda me surpreender. Vivo com integridade e trabalho com dedicação, não guardo muitos papéis, nem adianto muito o serviço e estabeleço poucas datas, as imprescindíveis para superar o caos. E aguardo.
Este ano me reaproximei de queridos e me desapeguei de queridas. Pessoas que não me agregavam nada de bom foram sumariamente dispensadas. Aquelas que me sempre me mostram o arco-íris depois da chuva estão cada vez mais perto, mesmo que apenas de coração.
Vi minha filha crescer [muito], se desenvolver [demais] e amadurecer. Estou aprendendo a lidar com uma pré-adolescente, com toda a volúpia e desespero que a condição de mãe me oferece.
Descobri que é possível, sim, me desapegar de antigas paixões e abrir o coração para novos amores. Depois de quase seis anos voltei a chamar alguém de 'amor' e apresentar como 'namorado' sem aquele resquício de 'eu não deveria dizer isso'. A dúvida sobre ser ou não a coisa certa fica entre quatro paredes, enquanto tento aprender a me relacionar e a conviver com alguém tão maduro e experiente quanto eu era há seis anos atrás.
Vi minha mãe prostrada em uma cama por um ano inteiro, e não me senti má pessoa por não me sensibilizar tanto quanto as pessoas esperavam.

Aprendi que família a gente não escolhe, muito menos o que se sente pelos que dela fazem parte.
Que mais difícil do que amar, é conviver.
Que mais difícil do que plantar, é regar.
Que é impossível dizer 'não' e não desagradar.
Que as pessoas são humildes - com H maiúsculo e dourado.
Que mesmo sendo altruísta, sou impaciente e intolerante.
Que sou mãe apesar de ser mulher; e mulher apesar de ser mãe. E isso me confunde.
Que crescer é difícil, amadurecer é dolorido.
Que esperar reconhecimento por qualquer atitude é perda de tempo.



Mas, o mais importante: que sempre há esperança. Sempre há uma luz no fim do túnel. [E que não seja um trem na contramão!]


Feliz Natal! 
[mesmo que com espírito de Grinch! =D]


domingo, 20 de dezembro de 2009

Nunca é [pra] sempre

Às vezes tô de boa, às vezes tô mega mal humorada. Não sou pela metade, sou inteira, sou intensa, sou inquieta.

O maior problema é como as pessoas me veem. Ou me veem como sendo de ferro, e esquecem que o ferro também enferruja. E se quebra.
Ou então pensam que vivo com medo. Acontece que não nasci ontem.

Me vejam me quebrando, me vejam desaparecendo... só eu sei a delícia e a dor de ser quem sou.

Desisto. Jogo a toalha. Pra mim chega. Não quero mais ser uma pessoa só, não quero mais ser um casal, não quero mais ser uma multidão. Não quero mais nada. Só quero ser, e ponto final.


sábado, 19 de dezembro de 2009

Blues da Piedade [Cazuza]



Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas


Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm


Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia


Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada


Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem


Quero cantar só para as pessoas fracas
Que tão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça


Vamos pedir piedade
Pois há um incêndio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade


Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem

domingo, 6 de dezembro de 2009

Enfim, noivos!

Há duas semanas, na beira d'água, no começo da madrugada. Ele, ajoelhado. Eu, com a mão sobre a boca. Hoje completamos três meses dormindo e acordando lado a lado todos os dias. Depois de amanhã completaremos seis meses de sentimentos expostos.




Foi num momento especial que nos cruzamos. Num mundo controverso de desejos, sonhos e vontades, demos as mãos e fomos traçando um caminho a dois. Partindo do amor que sentimos um pelo outro e acreditando que esse amor pode ser eterno, sentimos a vontade de começar um nova vida.

Só posso dizer que quero isso tudo pro resto da vida.