segunda-feira, 31 de agosto de 2009

♪ Só enquanto eu respirar ♫


Te acordarei sorrindo todos os dias
E sorrirei nos dias em que você me acordar
Procurarei teu abraço à noite
Sussurrando ao teu ouvido o quanto eu te amo
Te darei comida na boca
Enquanto te observo com afeto
Tentarei te surpreender a todo momento
E fingirei surpresa quando não conseguires fazer o mesmo
Me emocionarei a cada vez que te ver deitado em nossa cama
Ou brincando na sala com as crianças
Nosso filho sempre ouvirá boas histórias sobre você
A ponto de se espelhar em alguém tão incrível
Cozinharei o que você gosta
E te farei experimentar sabores desconhecidos
Te receberei de braços abertos
Mesmo depois de um dia cheio
Vou te massagear depois de um dia cansativo
Enquanto ouço como ele aconteceu
Tomarei banho com você
E lavarei tua alma das penúrias do mundo
Te farei carinho mesmo quando não mereceres
Porque lembrarei do que te trouxe até aqui
Ficarei brava com você ocasionalmente
Mas jamais isso vai diminuir meu sentimento
Comemorarei cada vitória sua
Te lembrando o quanto você é capaz
Te esperarei para dormir toda noite
E te desejarei com a mesma força da primeira vez
Te beijarei a cada chegada ou saída
Lembrando da minha vontade de te ter ao meu lado
Nunca te cobrarei atos infundados
Nem palavras sem sentido
Te decepcionarei algumas vezes
E te lembrarei que às vezes escapo do baralho

Te levarei café na cama
Acharei graça nos teus olhos sonolentos
Apreciarei teu cabelo empinado

Te olharei da forma que gostas
Encolherei meus ombros
Sorrirei largamente
Farei as caretas que já são tuas também

Se te ferir, reconhecerei meu erro
Se te chatear, pedirei desculpas
Se me desejares, ali estarei

'Só enquanto eu respirar'.

sábado, 29 de agosto de 2009

Conto de fadas

'Era uma vez...'

Lembro da expectativa de esperar o voo chegar de Porto Alegre. Meu coração mal cabia dentro do peito, eu tremia feito louca e minhas mãos frias como duas pedras de gelo. Eu, já atrasada, não conseguia nem sair do carro.

Mais um cigarro.

Ao entrar no hall, já pude vê-lo sentado, com uma xícara de café à sua frente, conforme eu pedi. Pensei em chegar por detrás dele e falar muitas coisas. Só consegui chegar. Ele abaixou a cabeça e olhou para os meus pés, subindo o olhar bem devagar e levantou-se. Sorriu.

O abraço mais apertado que já pude dar. O ombro que acolheu minha face. O beijo mais macio que provei. Foram, com certeza, três dos melhores dias da minha vida.

O triste é a partida, mas era necessária. Os aviões ficaram para trás. Atravessei a rua, lembrei do meio-fio. Depois, uma sensação estranha de que eu tinha esquecido algo me tocou a alma, mas eu não conseguia lembrar o que era, só sei que era uma sensação parecida com saudade. Sim, eu sinto saudade.

Ele me levou o que eu tenho de mais precioso. E agora, vem me devolver.

Os olhos que me encantam, o sorriso que me motiva, a voz que me acalma e o toque que me seduz. A tatuagem que, ele não sabe, mas é minha.

Ele, meu. Eu, dele. E felizes para sempre.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Love is a temple. Love, the higher law.

Bono sabe das coisas!



Did I ask too much, more than a lot?
You gave me nothing, now it's all I got
(.)
You ask me to enter, but then you make me crawl
And I can't be holding on to what you got
When all you got is hurt



Não conhece a letra? Clica aqui, ó.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Bah!

Não adianta mesmo. Dar murro em ponta de faca só fode com a minha mão, e a faca continua ali: fria e afiada. Só quero ver a chiadeira na hora em que eu entortar essa faca! Minha mão cicatriza, mas o aço fica marcado.




Ai, quer saber? Vou depilar a perna com pinça que eu ganho mais.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O fim

“O que há algum tempo era novo, jovem, hoje é antigo
E precisamos todos rejuvenescer
(.)
No presente a mente, o corpo é diferente
E o passado é uma roupa que não nos serve mais”

Você olha para a parede branca à sua frente, vira a cabeça para a esquerda, olha a porta marrom gasta do armário; agora vira para o lado direito e não vê o céu estrelado e a copa da árvore junto à janela. Agora olha de novo para a frente, para o futebol na TV (que nunca te interessou) pendurada na parede. Você respira com dificuldade enquanto espera pela fisioterapeuta e, antes dela, o copo de suplemento. Você aumenta o volume da TV para ouvir melhor o jogo de futebol, 'seu companheiro das quartas à noite', e deixa de lado os diversos livros que jamais acabará de ler.

Você tem a alma transtornada e reclama que não gosta de canja de galinha. Reclama dos médicos, dos familiares, da salada de frutas. Você não quer morrer, mas começa a desconfiar de que não está melhorando e que talvez não se recupere mais, mas faz com que essa ideia passe rápido. O futebol ajuda nisso.

Passam os dias, algumas vezes eu passo pela sua casa. Vou viajar. Vou dar um novo rumo à minha vida, vou me lembrar que sou, também, mãe e namorada. Você ficará com meu irmão como sempre tem sido, o tempo todo. Você olha para mim e suas últimas palavras, balbuciadas sob a dificuldade respiratória, são 'não me abandone aqui sozinha'.
Fico com raiva, quero berrar que a mãe que você foi não lhe dá o direito de me dizer isso e que ficar na sua casa com o cheiro de urina, doença e morte que você trouxe é uma tortura. Mas me controlo e respondo, calmamente, que você não está abandonada, que terá companhia o tempo todo, e que domingo à noite estarei de volta.

Eu estou triste, sim. A morte é definitiva, e saber que ela anda nos rondando me assusta.

Na lembrança mais antiga que tenho com você, eu estou andando com você de mãos dadas na rua, à caminho da escola, debaixo de um guarda-chuva que nos protegia de uma fina garoa. Naquele dia eu só queria ir com o meu guarda-chuva pra escola, e lembro que essa história acabou comigo faltando à escola, deitada na cama chorando. Eu tinha marcas pelo corpo e não tinha muito menos que 4 anos. A partir daí, sua figura materna seria para mim uma quase permanente ausência.

Enquanto vivi dependendo de você também tive um dos períodos mais difíceis que atravessei, que vejo agora como uma densa, escura e turbulenta nuvem. Você foi ausente por mais de 20 anos e agora exige canja de galinha, atenção e amor? Depois daquela conversa em que você pediu perdão pela mãe que foi, e eu perdoei [ambas fingindo ser sinceras], aconteceria, quem sabe, um milagre? Você seria capaz de deixar o egoísmo de lado e olharia para os filhos, para a neta, para as pessoas em volta? Você conseguiria, além de exigir tudo para si, doar-se um pouco, apesar da doença? Você e eu, no fundo, sempre soubemos que não. Você tem uma alma muito, muito atormentada. E, se antes havia pelo menos a casca de uma mulher pequena, esforçada e com alguma beleza, agora a doença apodreceu esta casca. Há apenas o céu estrelado com a árvore na janela, o futebol, o cheiro de urina, doença e morte.

É assim que termina.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Tá. Surtei.

Putaqueopariuvaitomanucuseufilhodaputavaicheirarbucetapraverseébomporqueeujátôdesacobemcheioenemligosealguémvaientenderounãomaseusóprecisoquebrarumaslouçasarrebentarumasportassofreralgumasfraturasexpostasporqueassimnãodáeunãosoudeferronemvocêentãopraquêcomplicartantoporqueascoisastemqueserassimtãodifíceissaudadedosmeusdezesseisanosnãotinhaqueesquentaracabeçacomnadaeagoraeutôcansadadessavidadeadultinhasermãetrabalharprofessorardonadecaseareaindaterqueaguentarosproblemaseasreclamaçõesdosoutrosqueeutôpoucomefudendoeopagamentoquenãocaiuodinheiroquetáacabandoaviagemqueeuqueroevoufazeraamigaquevemficarcomigoonamoradoquevemficarcomigotodomundovemficarcomigoequemcuidademimmeusantodeus?



TPM é uma merda.


[Re]Começo

Toda vez que algo tem um fim é dolorido. Dói mudar, dói fazer de novo. Dói encarar os erros.

Mas o importante nunca se deixa apagar. Aquilo que realmente importa continua ali, intocado, imaculado.

[Re]Comecei.

Deixei de ser quem eu era. Incrível como uma morte é tão dolorosa, mas meu luto acabou. Estou renascida e revigorada. E tudo aquilo que realmente interessa renasceu, ainda mais forte. Sem medos, sem dúvidas, sem reentrâncias.

Só eu e meu sentimento.

Precisava passar por este velório para que estivesse pronta para as mudanças que estão por vir. E um novo espaço para que eu possa me dissecar era necessário. Uma nova casa, que não será divulgada. Quem chegar aqui chegará por seus próprios méritos [ou curiosidade, vai saber].

Em duas semanas deixo a máscara da mãe-solteira-forte-independente para vestir minha alma, para exercer novos papéis. Continuarei sendo a mãe, mas passarei a ser um tipo contemporâneo de esposa.

Volto a sorrir, como se debutasse. E, a duas semanas do meu aniversário e da mudança mais esperada da minha vida, percebo o quão importantes as pessoas envolvidas são.

Pensei que era o fim, mas era apenas o início.

E que venha em paz. O que o futuro trouxer.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Tentando renascer das cinzas

Como se faz para as coisas voltarem a ser como sempre foram e deveriam continuar sempre?

Uma palavra mal colocada, uma história mal contada, uma mentira repetida. Sentimentos tão coloridos outrora, agora se misturam em nuances de sépia. Enegrecidos, doloridos, pesados.

A falta.

Falta carinho, atenção, vontade. Tudo aquilo que eu via no outro fazem parte de mim agora. Mais do que nunca, não tenho dúvidas. Estou seca, oca. Já não sinto como antes - e como eu gostaria de voltar a sentir! Voltar a ver graça nas pequenas coisas, sorrir com músicas, sentir saudade.

Já não sinto. Quase nada.

Gostar virou hábito. Estar junto, desejar uma vida a dois... um desafio. Atualmente sinto mais medo de ficar sozinha do que qualquer outro sentimento. Feio, mas é a realidade. Me olho no espelho e não me reconheço, não tenho mais o mesmo cheiro nem a mesma textura. Meu coração mudou o motivo de querer: agora quero porque é difícil. Mais uma conquista, mais um risco no revólver.

É triste.

Depois de sentir as maravilhas de amar e ser amada, só restou o pó. Pó seco e denso, daquele que entope as narinas e resseca o pulmão.

Não restou quase nada.

Ainda rezo todas as noites para ser salva. Uma salvação incoerente, resquícios de um desejo.

Onde eu fui parar?

Me salve, nos salve... antes que seja tarde. Ou já é?

O que não se pede

Porra. Em que encrenca eu fui me meter. Mas não dava pra me manter impassível diante daqueles olhos, daquele sorriso. Da jogadinha que ela faz com a cabeça e morde a boca. E me deixa louco.
Sério, não consigo entender o que se passa pela cabeça dela. Será que ela é bipolar? Culpa da TPM? E como vai ser depois?
O que ela antes achava engraçadinho e a fazia sorrir com aqueles dentes grandes agora a deixa carrancuda. Quase consigo sentir a mágoa dela. Quase sólida. Como aquelas pernas.
Ela diz que tem muita coisa. E não se abre. Não sei ler pensamentos, ainda não fiz o curso básico de telepatia. Caralho, mulheres são todas complicadas! E eu ainda insisto nela. Guria egoísta.
Ela não deve perceber tudo o que faço pra ficar com ela. Aliás, percebe e aprecia. E me manipula, filha da puta. Puta mesmo, a mãe dela é uma farsa.

Ela é uma farsa.

Fico esperando que ela diga o que acontece, o que tanto a incomoda. Ah! Mas é claro! Eu sei o que a incomoda, no fundo eu sei. Mas não aceito. Não admito. Não enxergo com os olhos dela, por isso não sei o que ela vê de tão errado.
Ela quer mais atenção. Tá, TPM e mulher carente é uma combinação explosiva. De novo. Todo mês é a mesma palhaçada. E ela ainda quer mais atenção. Não sei em que ponto a cabecinha maluca dela chegou que ela não enxerga que a minha atenção tem sido toda pra ela nos últimos meses. Até quando ela está longe, eu penso nela. E fico de pau duro quase sempre. Vaca.
Ela anda me vigiando, checando meus passos. Tenho certeza disso. Neurótica. E ainda culpa os outros, dizendo que ela não procurou. Mentirosa. Não vejo nenhum problema em revisitar o passado. Vai que alguém fala de mim lá? Faz bem pro ego, porra, e ela sabe disso. Ela faz a mesma coisa.
Será que o problema é o ego e o meu passado? Louca. Ela é egoísta, só pensa nela. Só ela pode ter maus momentos. Maluca. E bunduda.
Olho pela janela. O mundo me espera, ela me espera, mas eu preciso ter calma. Cometer um erro agora seria imperdoável. Meu maior erro é querer tudo ao mesmo tempo, isso me faz querer o irreal. Mas ela é real. E está aqui.
Disse que vou fazer tudo. Café na cama, flores, sacanagens. E ela não mexia um músculo, só balançava a cabeça.
O que foi que eu [não] fiz?
Foda-se, vou dormir. Gostosa.

Foda-se

Cansei de ser a mulher carente, saudosa, apaixonada. Cansei de ser atenciosa, amorosa, carinhosa, compreensiva. Cansei de guardar tudo aquilo que eu penso - e sinto - só pra mim. Cansei de ser uma bucetinha que dá gostoso, que não tem pudores na cama. No fim do mês, ninguém paga as minhas contas - e no fim da noite, eu amanheço sozinha.

Volto a ser a mulher independente, que quer mais é que o mundo exploda e que pouco se importa com a opinião alheia. Que sai à noite em busca de uma companhia fútil e efêmera. Que quer mais é que os homens continuem sendo meros objetos descartáveis, e se eles tem sentimentos, o problema é deles, não meu.

Eu sou isso, nua e crua.

E isso, nenhum homem tem culhões de encarar.

** O Chiclé de Menta sai do ar hoje à noite. Se tem algum texto que goste, fique à vontade pra copiar descaradamente. Não faz sentido eu continuar mantendo este espaço, prefiro me encarar com dignidade na frente do espelho todos os dias.

Amores imperfeitos

Ela o olhava com aquela expressão que ele já conhecia muito bem. A expressão de quem sabe que fez uma cagada homérica mas, truque da memória, não tinha a menor ideia do que era.
Ele a olhava desolado. Ela simplemente não entendia a dor que ele trazia. Uma dor constante, remoída, mastigada. Como alguém poderia errar tanto e nem se dar conta da dimensão de seus pequenos atos?

Ficaram se olhando por minutos intermináveis. Em silêncio. Vez ou outra ele abaixava a cabeça procurando sei-lá-o-quê enquanto ela mantia os olhos fixos, sem que ele percebesse que ela enxergava através dele.

Maldito passado que não se apaga. Ele sentia o nó subindo pela garganta e jurava pra si mesmo que não choraria. Nunca mais ela o veria chorando. Não por ela.
Ela não entendia nada e entendia tudo. Fingia que não era com ela, era mais fácil do que assumir a culpa pelo que já acontecera. Já fora condenada por tantos crimes que não se daria ao luxo de ser acusada novamente.

Ela não percebia, mas os olhos dele já a acusavam. Olhos vermelhos, marejados. A dor que insistia em formar um bolo na garganta. Ele, na ânsia de mostrar-se impassível, não notara que ela procurava no arquivo da memória o que raios havia a transformado em sapo.

Ações. Emoções. Palavras emocionadas que ela se negava a ceder.
Emoções. Ações. Atos racionais que ele se recusava a fazer.

Pelo travesseiro ele olhava a metade dela, com olhos inexpressivos. Foi então que ele se deu conta que o mundo não pararia porque ele precisava disso, o dia não deixaria de ser cinza e o mundo não ficaria colorido. Ele procurava sabedoria para lidar com aquela situação, que se fosse colocada abertamente, mudaria as manifestações dela. Era o que ele queria, mas não assim. Teria que ser espontâneo.

Ela olhava a metade dele, com a barba por fazer. Porquê raios ele insistia em assuntos outrora acabados? Ela conseguia invadir os pensamentos dele, quase que os lendo telepaticamente. Mas não entendia nada. Não entendia do que se tratava e nem porque ele a queria daquela forma. Ela sabia que ela não era boa com as palavras. Já fora, um dia, mas não agora. Se ela agisse como ele queria, talvez ela deixasse de ser quem era. Estava sendo difícil pra ela, mas ela estava tentando ser forte. E continuava sem entender a recusa dele em aceitar isso.

Seria talvez bom que não existissem verdades absolutas. Mas existem. Na vida há realmente coisas que são inalteráveis, que não dependem da nossa vontade ou sequer do nosso empenho. São o que são e nada mais há a fazer, a decidir ou a alterar.

Seria bom se ambos pudessem esquecer. A dor dissipa, a paixão dissipa. O amor condensa, assim como a mágoa.

Ela tinha as chaves dele. Mais ninguém. Já ele não sabia mais se tinha acesso à ela.

Ela tinha todas as certezas, enquanto ele carregava todas as dúvidas. Não era a primeira vez que se percebiam distantes, apesar da proximidade. Ele, emoção. Ela, razão. E o que um esperava do outro era justamente o oposto.

Ela é ele.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Tanto!

Tão linda, tão meiga, tão carinhosa, tão inteligente, tão sapeca... Tão perfeita.


Só quem é mãe sabe o doce e o amargo de sê-la.


'And the wonder of it all it's that you just don't realize how much I love you'

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Assombrações

Resolvera ficar em casa naquele dia. Estava tão intrisecamente ligada à monotonia que nada a tiraria de casa naquele dia chuvoso.

Deixou de ir ao trabalho e se ocupou. Assistiu televisão, ouviu música, jogou video game e passou algumas horas no computador. Até que preferiu dormir um pouco.

Antes de dormir pensou no quão bem sua vida estava caminhando. Os planos feitos, as decisões tomadas, os desejos resguardados, as preferências respeitadas. Até os problemas estavam pequenos.

Sonhou. Um sonho fértil, colorido e romantizado. Com beijos, toques e promessas.

Quando acordou, sentiu um calor no peito, como se a tarde a afagasse. Se sentiu feliz. Mas não devia, não era correto. Tantas coisas acontecendo... ela não podia se dar ao luxo de sonhar. Não daquele jeito.

Justo ela que não costumava sonhar, agora era pega de surpresa pela sua imaginação.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Tão rápido quanto o recobrar o fôlego ao sair de um mergulho

Um dia a menina estava cansada. Cansada da rotina, da monotonia, de ser quem ela era e como vivia.

Bem nessa época o menino apareceu. Num primeiro momento, galanteador e senhor de si, para só depois mostrar a beleza que existia por detrás daquela covinha.

A menina resistiu como pôde. O menino persistia como queria.

Eles se encontraram. Se amaram, fizeram planos, brigaram. E perceberam que um significava demais para o outro.

A menina se sentiu viva. Podia sentir o calor correndo em suas veias e tentando estourar seu peito. O menino se sentiu querido. Percebia a necessidade da menina em tê-lo por perto, mesmo que apenas para que ela dormisse em seu peito durante um filme na televisão.

E assim essa história foi acontecendo. Cheia de altos e baixos, de planos feitos, desfeitos e refeitos. Com uma maré de gente apoiando e contrariando.

Até que, numa tarde cheia de medo, foi tomada a decisão.



Como acaba essa história, só o tempo poderá dizer.

domingo, 16 de agosto de 2009

Considerações

O desejo profundo, o desejo mais real é aquele de aproximar-se de alguém. É o desejo intocado, em seu estado puro. Quando o desejo é puro, homem e mulher se apaixonam pela vida, vivem cada momento com reverência e conscientemente, sempre esperando o momento certo de celebrar a próxima realização. Pessoas assim sabem que o inevitável se manifestará, que o verdadeiro sempre encontra uma maneira de mostrar-se.

Quando chega o momento, elas não hesitam, não perdem uma oportunidade, não deixam passar nenhum momento porque respeitam a importância de cada segundo.

E, sem querer, eu não perdi uma oportunidade. Me deixei ser encontrada por um homem e me apaixonei por ele. Me é suficiente amá-lo, estar com ele em meus pensamentos e colorir essa cidade tão cinza com seus passos, suas palavras, seu carinho.

Esse encontro aconteceu quando cheguei ao meu limite: eu precisava morrer e renascer emocionalmente. Eu estava desesperada e não tinha nada a perder, e ele se manifestou e mudou o rumo da minha vida. Eu não tinha nada a perder e recebi tudo; eu deixei de ser quem eu era e me encontrei. Nele.

Hoje sou uma pessoa entusiasmada com a vida. E gostaria de poder fazer por ele o que ele fez por mim.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Qual a imagem que você faz da mulher de virgem?


Por acaso é aquela da donzela vestida de branco, pura e frágil? Sinto muito em dizer que esta idéia não tem nada a ver com a verdade!

A mulher de virgem pode largar tudo, inclusive o marido para seguir uma nova paixão sem dar a mínima para os comentários ou julgamentos. Ela é uma mulher que pode ser muito determinada quando se trata de ir em busca da felicidade, esteja ela onde estiver! Uma vez que aceitou um amor como verdadeiro este amor estará acima de tudo.

Ela é a única mulher capaz de ser terrivelmente prática e divinamente romântica.

Apesar de ser uma mulher determinada, ela não é do tipo que se atira de cabeça sem gastar um bom tempo analisando o que melhor deve ser feito. Também não é uma mulher que gosta de chamar a atenção como a leonina, ou que goste aventuras e mudanças bruscas em sua vida. Não, para ela tudo deve ter uma certa lógica e um motivo.

Não espere vê-la lutando por uma causa, fazendo discursos ou escalando montanhas com seu namorado apenas para estar ao seu lado. Esta mulher costuma gostar do sossego e não é muito afeita a aglomerações ou badalações. Normalmente costuma ter um gosto afinado para as artes em geral e na maneira de se vestir.

No trabalho, ela é persistente e prática, e descobrirá os pequenos erros que até um perito poderia deixar passar. Quando ela resolve se entregar à uma tarefa pode esperar que o resultado será o melhor! Ao se envolver com esta mulher, ela se encarregará de todas as suas preocupações, e provavelmente terá prazer nisto. Esta é a mulher perfeita para se discutir orçamentos planos para o futuro e o orçamento da empresa. O que pode parecer um tédio para outras mulheres, para ela é um prazer.

Uma coisa que é interessante notar na mulher de virgem é que ela sempre dá aquela intenção de que está preocupada com algo.

A preocupação é algo natural nesta mulher. Elas simplesmente não conseguem relaxar completamente. Mas não espere ver uma fisionomia carregada ou carrancuda. Normalmente elas costumam ter uma aparência serena e sempre o mesmo sorriso discreto, olhar tranqüilo e gestos calculados. Mas, mesmo possuindo este autocontrole e este comportamento sereno, elas costumam ser devoradas por ansiedades que nem o mais íntimo dos amigos tem conhecimento!

Apesar de ser uma perfeccionista, não quer dizer que seja perfeita. Ela tem os seus defeitos e estes podem ser muito irritantes. Elas acham que ninguém consegue fazer as coisas com tanta ordem e eficiência quanto elas. E o que irrita é que muitas vezes elas tem razão!A virginiana detesta quando é criticada abertamente. Se ela errar, diga-lhe com muito tato para não perder a amizade (ou a esposa).

Quando se trata de admitir que está errada, esta mulher parece sofrer um bloqueio mental. Ela tem mais facilidade para criticar os defeitos nos outros do que para aceitar os seus próprios. Não que ela ache que é perfeita. A virginiana sempre é muito critica com relação a sua aparência, trabalho, alimentação e no amor, claro!. Para ela não existe meio termo: ou consegue o melhor ou tem apenas o pior!

Também não espere ver esta mulher tendo sonhos ou ilusões sobre as pessoas mesmo quando está amando.

Ela é muito "pé no chão" e muito prática para se deixar levar por sonhos. Nem a taurina consegue ser tão pratica quanto ela. Nem mesmo o amor consegue cobrir os olhos da virgem e impedir que ela veja os defeitos e falhas do companheiro, durante o relacionamento.

Demonstrações dramáticas de amor, promessas sentimentais e exagero, não só deixa a mulher de virgem entediada, como podem assusta-la a ponto de nunca mais aparecer. Mas, seu coração pode amolecer se for conquistada aos poucos. Existem muitas formas de se conquistar esta mulher e manter a paixão.Mas a agressividade não está entre elas!

A virginiana busca mais a harmonia e a tranqüilidade em um relacionamento do que paixões loucas e amores impossíveis!

Também não é muito comum ver esta mulher chorando por um romance do passado ou se entregando a um amor platônico. Para ela o que importa é o que está ao seu alcance, e o que acabou tem que ser enterrado para que outro homem ocupe o lugar vago! Mesmo que uma decepção amorosa tenha causado muita dor em seu coração, esta mulher consegue disciplinar seus sentimentos e emoções a ponto de parecer que nem liga para o rompimento. Ela vai sofrer por dentro, mas este sofrimento não vai durar muito!
Ela dificilmente vai se deixar levar pela ilusão de que colando os pedaços vai conseguir refazer o que não tem mais conserto!

Ela se dedica totalmente apenas àqueles em quem confia, e as pequeninas coisas podem significar muito para ela.

Apesar de sua timidez e tranqüilidade, é bastante firme e forte para que para que os outros encontrem nela um porto seguro. Sua coragem e senso de responsabilidade costumam servir de conforto para as pessoas que ama, quando as coisas não estão boas!


** Quer ler sobre o seu signo também? Clique aqui!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Variações sobre um mesmo tema

Tantas ideias. Tanto pensamento. Tanto sentimento.

Tanto a dizer.










Mas as palavras foram embora, sem deixar sequer um bilhete de despedida.
"São coisas da vida
E a gente se olha, e não sabe
Se vai ou se fica"


domingo, 9 de agosto de 2009

O Dia dos Pai[drasto]s

Todo ano, quando chega agosto, as homenagens se fazem presentes aos pais. As lojas fazem promoções, os restaurantes apelam para as homenagens ao 'velho pai', as escolas elaboram trabalhos e encenações para o evento.

Pai é o protetor da candura, da infância, do lar. Pense-se em proteção e a imagem que surge, habitualmente, é a de um homem forte, zelando pela prole. A questão é atávica, pois sempre se imputou ao homem, pela sua força e coragem, a questão de proteção aos seus filhos.

No entanto, quando se fala de Dia dos Pais, desejamos lembrar de almas valentes que devem se encaixar em famílias já prontas. Desejamos lembrar da figura heróica do padrasto. Essa criatura que adentra um lar já formado e precisa ter o cuidado e o esmero de consagrado cirurgião.

Ele se enamora com uma mulher e a filha o enfrenta, logo de início: 'Se fizer qualquer coisa que magoe minha mãe, você vai se ver comigo.' Ou então: 'Se você pensa mandar em mim, só porque está com minha mãe, pode esquecer. Você não é meu pai.'

Esse homem deve conviver em bom relacionamento com sua namorada e mãe daquela garotinha. E ele procura, todos os dias, não esquecer disso, atendendo ao que faz e ao que diz. Ele sabe que pisa em terreno frágil.

Outro dia, a garotinha se prepara para uma festa e exclama: 'Preciso de sapatos para combinar com este vestido!' O padrasto, sem levantar os olhos do jornal, diz: 'Que tal darmos uma passada naquela loja que você tanto gosta?'

Ela chega em casa com o boletim ruim e depois da bronca da mãe, escuta o padrasto: 'Eu entendo do assunto. Posso ajudar, se quiser, estudando com você, para a prova de recuperação.'

E assim vai. Dia a dia, passo a passo, aquela figura estranha do padrasto vai conquistando espaço nos corações da filha e da sua namorada.

Com extraordinária habilidade, aquele homem vai dizendo o que pensa e o que seria melhor, já que lhe pedem a opinião. Não avança o sinal. Conquista o respeito, de forma paulatina e contínua.

Ah, padrastos de coração de ouro e paciência inesgotável. Dão carona para o cinema, vão assistir a apresentação da escola, se emocionam com as conquistas da criança.

Então, acontece: a garotinha pede conselhos sobre o menininho da escola. Faz questão de que ele a acompanhe naquela viagem para o sítio do avô. Por fim, um dia, aquela mocinha arrogante que o enfrentou, ameaçando-o caso ele magoasse a sua mãe, diz para a mãe: 'Ele é um cara super legal. Nunca faça nada que o possa machucar. Precisamos dele.'

Esse é o dia da recompensa do padrasto. O dia do reconhecimento por tanta dedicação. Por ter assumido filhos que não são da sua carne e de seu sangue, como se seus filhos fossem.

Por isso, quando pensamos em homenagear os pais, decidimos homenagear esta figura ímpar do padrasto.

Daquele que ainda se encontra em vias de conquista do afeto dos enteados. Daquele que já alcançou lugar privilegiado nos corações dos filhos da sua amada. Daquele que mãe e filhos descobriram que é tão importante, a sua presença tão especial que parece que ele sempre esteve ali.

[adaptado daqui]




Feliz dia dos pais para meu pai, para meu avô, para o pai da minha filha. E, especialmente, para aquele que no próximo ano também receberá presente nesse dia.

#amamos

sábado, 8 de agosto de 2009

Senso

Chega a ser assustador quando até letras de música começam a fazer sentido.



O que você me pede eu não posso fazer
Assim você me perde, eu perco você
Como um barco perde o rumo
Como uma árvore no outono perde a cor

O que você não pode, eu não vou te pedir
O que você não quer, eu não quero insistir
Diga a verdade, doa a quem doer
Doe sangue e me dê seu telefone

(...)

Toda vez que falta luz
Toda vez que algo nos falta
O invisível nos salta aos olhos
Um salto no escuro da piscina

O fogo ilumina muito por muito pouco tempo
Em muito pouco tempo, o fogo apaga tudo
Tudo um dia vira luz
Toda vez que falta luz
O invisível nos salta aos olhos


Sábias palavras, titio Humberto.

Eu sou um ás de copas. E você, que carta é?

Se no meio de todas as pessoas houver apenas uma que se surpreenda com a vida a cada instante e tenha a sensação, toda vez que isso acontece, de estar diante de algo fabuloso e enigmático... Se apenas uma experimentar a vida como uma aventura fantástica... E se ele ou ela experimentar essa sensação todos os dias...

Ele ou ela será um curinga no baralho.

Essas pessoas acordam de manhã com um estalo. É como se a cada manhã alguma coisa as lembrasse que são apenas um ser vivo vivendo uma aventura incrível. E de vez em quando esses pensamentos surgem na cabeça sem marcar hora, bem no meio da noite. Eles percebem que são uma pessoa e que só vão viver esta única vez. E depois nunca mais vão voltar.


A vida é muito dura, mas extremamente excitante. Não precisamos de um castelo frio e abandonado para sair à caça de fantasmas. Nós mesmos somos os fantasmas.

E as pessoas que enxergam isso tudo são curingas.

Os curingas não tem espaço. Não tem casa. Não são de ouros, nem de copas, nem de espadas nem de paus. Não são reis ou valetes, nem oitos, nem ases. São apenas curingas.

Curingas não tem números, nem naipes, nem ofícios. E a cada vez que mexem a cabeça, os guizos tilintam para lembrá-los de que não tem família, são sozinhos. Os curingas vêm ao mundo com o defeito de ver coisas demais e em profundidade. Os curingas as sentem.


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Sobre o tempo [2]


Pretérito
Mais que perfeito
Imperfeito
Simplesmente... perfeito

Futuro
Simples
Composto
Concreto

Presente
Simples
Contínuo
Meu melhor presente

Tempo
Que leva
Que traz
Me escapa e se esvai



quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Se aprendermos a olhar por um sonho, perceberemos que ele está bem perto

Alguém sabe de verdade o que é amar? Amar sem aquela incerteza de que seria apenas mais uma sensação prolongada de prazer que inevitavelmente acaba.

O amor cura aquela ansiedade e instala a tranquilidade. Ou será o oposto?

Amar não é desejar - com urgência e paixão uterinas - ter filhos com um alguém ou imaginar uma mesa repleta de filhos e netos.

Amar é dividir o peso das expectativas - sempre tão devastador. É curtir o dia a dia, a saudade, o ciúme, o carinho. É sentir que ele precisará de mim depois de um dia cheio, assim como eu precisarei do abraço dele; que só nós somos capazes de medir a beleza da nossa relação; que NADA nem NINGUÉM - em letras colossais mesmo - será capaz de me tirar os sentimentos que me fazem ser quem sou.

É entender que a obrigação de me salvar é somente minha.

E deixá-lo livre pra optar entre me deixar seguir - ou não - ao seu lado.

Horóscopo

"Virgem com ascendente em sagitário e lua em libra"

Grande merda! Não acredito em astrologia mesmo.

"O tarô diz que você está numa fase de decisões"

Fodam-se as cartas.

Me importa o real. O palpável. Aquilo que entra pelas narinas e é expelido pelos poros.
Me importa o surreal. O inexplicável. O que atravessa o corpo num calafrio e corta a linha de raciocínio.
Me importa o irreal. O abstrato. Sonhos que se sonha com quem se quer bem, só por sonhar, só por fazer feliz.

Bom saber que ainda corre sangue nas minhas veias.

Até pra ser egoísta precisamos do outro


um dia me fizeram acreditar
depois do pó nada mais haveria
mas aconteceu
consertando o mundo
poesia no meu travesseiro

um dia eu percebi
a mais pura mentira
é a mais bonita:
o universo conspira
e recita poemas no meu travesseiro

minha máscara caiu
levou o que eu tinha de mais belo
minha força
a ilusão da fortaleza
prazer, esta sou eu

insônia aquecida
embriaguez solitária
sinceridade indevida
curinga sem baralho
cigarro sem filtro

necessidade cruel
quero perto
ao lado
poeta
no meu travesseiro

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O silêncio, o vazio e o frio.

A solidão já virou amiga íntima. Depois de tantos anos ainda é ela quem deita minha cabeça no colo e passa a mão nos meus cabelos, me abraça forte e respira gelado no meu pescoço.

Ela só não consegue dizer 'Vai ficar tudo bem'.




Às vezes sinto que ainda preciso ser salva.




segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Quase uma oração



"
Muito longe daqui alguém está cantando
Em silêncio e só, é quase uma oração."

Olhos nos olhos, beijos de bocas macias, abraços com cheiro de xampu, mãos e corpos quentes. Nossa química é mais forte do que nós mesmos e sabemos um o que outro pensa, sem precisar de uma só palavra. Perfeita simetria.

Sorrisos, peles vermelhas do vapor, as mãos dele passeando pelo meu corpo. Calafrios. A minha preocupação e o turbilhão dele à meia-luz. Lágrimas, confissões, promessas. Cumplicidade.

Saudade.

Tudo errado. Como a vida pode ser cruel! Quando se começa a acreditar que o sol vai aparecer ainda mais bonito, a previsão erra e o dia começa com uma neblina cerrada.
O acaso nunca parece estar ao lado dos amantes, mas não é por isso que se precisa desacreditar que um dia vai dar certo. A vida não nos deixa mudar os passos e dar meia-volta é pedir muito. As chances descem pelo ralo e não há como ir junto para resgatá-las.

A estrada é muito grande para um tempo tão curto.

Sendo assim, escolhem-se alguns atalhos e alguns deles tem estradas tortuosas, mas são percorridas mesmo que não levem a lugar algum. São apenas alternativas. Nunca se sabe para onde ir, o amanhã é o imprevisto de que tanto se teme. E é pensando no amanhã, neste mesmo amanhã que é sempre nublado, que os erros são cometidos, que são assassinadas, diariamente, partes de mim, de você, de todos nós.

O acostumar é o acalento daqueles que se sentem no deserto. Vista a roupa preta e ventila o corpo para ficar frio, pois é a melhor coisa a se fazer agora.

O mundo não vai parar porque se quer, não mesmo. E nem o céu vai ficar azul tão cedo e muito menos o mundo colorido. Então abra a cortina e seja livre.

A vida é mesmo injusta, mas é preciso aprender a vivê-la assim mesmo.

De tudo fica um pouco.
Se de tudo fica um pouco, por que não ficaria um pouco de mim?


** Me abraça e me acalenta. Me aquece... faz tanto frio. **