sábado, 8 de agosto de 2009

Eu sou um ás de copas. E você, que carta é?

Se no meio de todas as pessoas houver apenas uma que se surpreenda com a vida a cada instante e tenha a sensação, toda vez que isso acontece, de estar diante de algo fabuloso e enigmático... Se apenas uma experimentar a vida como uma aventura fantástica... E se ele ou ela experimentar essa sensação todos os dias...

Ele ou ela será um curinga no baralho.

Essas pessoas acordam de manhã com um estalo. É como se a cada manhã alguma coisa as lembrasse que são apenas um ser vivo vivendo uma aventura incrível. E de vez em quando esses pensamentos surgem na cabeça sem marcar hora, bem no meio da noite. Eles percebem que são uma pessoa e que só vão viver esta única vez. E depois nunca mais vão voltar.


A vida é muito dura, mas extremamente excitante. Não precisamos de um castelo frio e abandonado para sair à caça de fantasmas. Nós mesmos somos os fantasmas.

E as pessoas que enxergam isso tudo são curingas.

Os curingas não tem espaço. Não tem casa. Não são de ouros, nem de copas, nem de espadas nem de paus. Não são reis ou valetes, nem oitos, nem ases. São apenas curingas.

Curingas não tem números, nem naipes, nem ofícios. E a cada vez que mexem a cabeça, os guizos tilintam para lembrá-los de que não tem família, são sozinhos. Os curingas vêm ao mundo com o defeito de ver coisas demais e em profundidade. Os curingas as sentem.


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