sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Tentando renascer das cinzas

Como se faz para as coisas voltarem a ser como sempre foram e deveriam continuar sempre?

Uma palavra mal colocada, uma história mal contada, uma mentira repetida. Sentimentos tão coloridos outrora, agora se misturam em nuances de sépia. Enegrecidos, doloridos, pesados.

A falta.

Falta carinho, atenção, vontade. Tudo aquilo que eu via no outro fazem parte de mim agora. Mais do que nunca, não tenho dúvidas. Estou seca, oca. Já não sinto como antes - e como eu gostaria de voltar a sentir! Voltar a ver graça nas pequenas coisas, sorrir com músicas, sentir saudade.

Já não sinto. Quase nada.

Gostar virou hábito. Estar junto, desejar uma vida a dois... um desafio. Atualmente sinto mais medo de ficar sozinha do que qualquer outro sentimento. Feio, mas é a realidade. Me olho no espelho e não me reconheço, não tenho mais o mesmo cheiro nem a mesma textura. Meu coração mudou o motivo de querer: agora quero porque é difícil. Mais uma conquista, mais um risco no revólver.

É triste.

Depois de sentir as maravilhas de amar e ser amada, só restou o pó. Pó seco e denso, daquele que entope as narinas e resseca o pulmão.

Não restou quase nada.

Ainda rezo todas as noites para ser salva. Uma salvação incoerente, resquícios de um desejo.

Onde eu fui parar?

Me salve, nos salve... antes que seja tarde. Ou já é?

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