sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Who would have known how bitter-sweet this would taste?


 "Amor eterno é terminar várias vezes a relação para descobrir onde fica o fim e enganar o tempo."

Tinha que ser assim. Senão não teria um fim, jamais.

Pra um amor ter chance de acabar, de verdade, tem que doer. Tem que chegar no fundo do poço, deixar a sanidade de lado, esquecer o limite do razoável. Tem que ter grito, lágrima, força e raiva. Tem que machucar e fazer lamber a ferida aberta pra que ela não feche tão cedo. Pra fazer ter vergonha, perder auto-estima, perder dignidade.

Se não é assim fica sempre uma rachadura na represa do amor. E é por essa rachadura que o amor força e inunda tudo de novo.

Se dói, machuca, ofende, faz com que as rachaduras sejam cobertas com o concreto do rancor. Não deixa o amor inundar mais.

Tem que arrancar o coração do peito, dilacerar a alma. Tem que ouvir mil vezes a música que lembra os bons momentos pra chorar bastante e queimar o sentimento no fogo da decepção. Tem que crucificar a esperança e exorcizar a saudade. Tem que esperar pra esquecer o cheiro, o gosto, a cor dos olhos e a covinha no canto da boca.

Tem que ver os sonhos em frangalhos pelo chão, tem que recomeçar do zero. Tem que confundir coragem com precipitação.

Tem que ficar de luto, se aninhar no colo dos amigos, beijar bocas e provar sexos pra confundir os sentidos. Tem que relembrar cada promessa não cumprida, cada compromisso não respeitado, cada carinho não correspondido.

Tem que ter um ás fora do baralho e não ter um curinga pra colocar de volta.

Tem que ser assim, senão não tem um fim, nunca.

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