sexta-feira, 26 de junho de 2009

Espero

Lembro de ter ouvido daquele homem tão especial: 'Quero te ver aos 30. Certeza que você vai ser a maior gostosa. E madura pra caralho.'

Faz tanto tempo, numa época em que ainda falávamos de futuro. Ainda queríamos ser um só.

E apesar de toda a toxicidade do que nos unia, não sobraram lembranças ruins. Apenas as boas, daquelas que fazem a gente pensar se não era a pessoa certa.

Não. Não era. Não é. Nunca foi.

Mas mesmo assim, foi meu melhor professor. Em todos os sentidos. Sua maturidade e experiência reluziam sobre minha insegurança e angústia. E ele me ensinou.

Ficaram algumas coisas, claro. Os vícios, os ensinamentos e o apelido que carrego até hoje. E a crença de que nunca mais me sentiria viva novamente.

Aprendi tanto que cheguei num ponto que não sabia mais quem eu era. Me julgava esperta, descolada, madura e experiente. E mostrava isso pra todo mundo, fazia questão de bater no peito as minhas ideias e convicções.

De repente deixei de ser a mulher e voltei a ser menina. Insegura, tapada e infantil.

Convicção de merda.

E desaprendi a maior das lições: não chutar cachorro morto. Desaprendi que o passado não deve ser mexido, porque machuca. Porque dói.

Dói muito.

Tudo o que foi aprendido, destruído. Tudo apagado. Num piscar de olhos, num batimento cardíaco. Nada restou.

Somente o apelido.



** Ainda tenho tanto a (re)aprender **

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