terça-feira, 14 de julho de 2009

Ubiquidade



Dois dias pensando no que escrever aqui. Em escrever pra ele. Sobra inspiração e suor, mas me faltam as palavras.

Como escrever uma coisa alegre e despudorada quando meus pensamentos se voltam apenas à ausência dele?

Ainda o enxergo dormindo na nossa cama enquanto eu cozinho. Sinto sua mão na minha perna enquanto dirijo, seu braço me aquecendo nas noites frias, sua voz sussurrando que me ama ao acordar.

Penso nas lembranças e nas promessas. Penso na ausência e na distância.

Me pego lembrando da comida na boca, na massagem nos pés, do colo no sofá... no sorriso insuportavelmente lindo, nos olhos brilhantes, no toque macio, no abraço firme.

Justo eu, que não me apaixono, que não me envolvo, estou pensando em vida a dois. Pensando no que seria. No que será. Na mania ridícula que todos temos de transformar as coisas mais simples em dilemas cruciais, pequenas coisas em obstáculos intransponíveis.

E ele se foi. Não soltou da minha mão, mas a cada instante sinto que a dele escorrega pela minha.

Penso o tempo todo... e não quero mais pensar.

Não quero mais sentir.

Não quero mais.

Não quero.

Não.




Eu não sei amar.



'Pode ser a lágrima de uma borboleta
Pode ser a borboleta

(...)

Muito longe daqui alguém está cantando
Em silêncio e só, é quase uma oração'


** Porque metade de mim é amor... e a outra metade é saudade. E saudade dói. **

Um comentário:

Bárbara disse...

Saudade é um dos sentimentos mais urgentes que se tem.
Eu tbm estou assim que nem vc...meu grande amor se foi, pra longe... e parece que nesse amor.. quem tem mais amor sou eu, e olha que eu achei que não fosse sofrer tanto. Hoje vejo meus dias não terem mais graça.